Robô Bond escreve por você

Usados no jardim de infância para deixar a letra impecável, os cadernos de caligrafia em breve serão peças de museu. Com os teclados dominando o cotidiano, as pessoas perderam o hábito de escrever. Já as canetas hoje servem apenas para anotar recados ou assinar um documento importante.

Quando falamos sobre cartinhas de amor, o caso é ainda mais sério. Qual a necessidade de perder horas escrevendo e tentando deixar sua caligrafia reta se você pode enviar uma mensagem pelo WhatsApp em segundos? A resposta está no sentimento, afinal, palavras românticas escritas à mão parecem trazer mais significado do que um cartão virtual de Dia dos Namorados.

Ganhando dinheiro com a caligrafia

A ideia de que materiais redigidos por você mesmo foram feitos com mais carinho vale também para um cartão de agradecimento ou um convite de casamento. É exatamente nesse segmento que a startup Bond focou quando criou seu primeiro robô caligráfico.

Ao contrário de outros equipamentos, que trabalham com tipografias padrões, a tecnologia é capaz de imitar perfeitamente a caligrafia do cliente, especialmente detalhes difíceis de serem copiados, como a maneira com que você junta as letras ou a pressão da caneta em determinados trechos. Para atingir este grau de perfeição, o robô Bond usa o melhor das impressoras MakerBot-3-D e das canetas Montblanc.

Conforme o fundador da Bond, Sonny Caberwal, explica, as pessoas continuam se interessando por cartões escritos à mão, o que tornou possível a criação da empresa. “Nós fizemos uma decisão estratégica ao focar em uma tecnologia para escrever materiais à mão. Entre nossos principais objetivos estava ajudar as pessoas a articular o quanto elas se importam com seus relacionamentos”, contou ao portal Wired.

Como funciona?

Para fazer a carta exclusiva, é simples, mas caro. Primeiro, é preciso cadastrar sua caligrafia no serviço pelo valor de U$ 199 (cerca de R$ 470). Em seguida, através do aplicativo exclusivo da Bond, o usuário envia a mensagem desejada, escolhe qual o tipo de correspondência e especifica o destinatário.

Rapidamente, a máquina escreve a mensagem usando uma caneta de verdade, coloca num envelope fechado com cera e a equipe então a envia pelo Correio. Cada item custa a partir de U$ 2,99 (equivalente a R$ 7,90). Para quem não gosta de sua própria letra, é possível ainda usar fontes baseadas em personagens históricos, como Nikola Tesla e Sigmund Freud.

Hoje, o serviço está disponível apenas nos Estados Unidos. Enquanto ele não chega ao Brasil, ainda teremos que escrever nossas próprias declarações de amor.

Abaixo, confira um vídeo mostrando como o robô funciona.

Polêmicas

O robô Bond está sendo amplamente divulgado em portais internacionais, mas os comentários são recheados de polêmicas. Uma carta escrita por um robô tem o mesmo significado? Se meu jeito de escrever pode ser copiado, isso vai dar abertura para imitarem a minha assinatura?

No portal Wired, por exemplo, um usuário questiona: “Se você não pode perder tempo escrevendo uma dedicatória para alguém especial, não há outras desculpas a não ser que você é preguiçoso. Quanto tempo isso leva? 5 minutos. Não é como se fosse escrever um ensaio literário”.

Já outro leitor discorda: “Existem aquelas pessoas que têm uma mensagem supersignificativa, mas uma terrível caligrafia”.

O que você acha do assunto? Uma carta escrita por um robô tem o mesmo significado? Temos certeza que muitos estudantes estão torcendo para a Bond lançar uma versão escolar dessa tecnologia 😉

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