Ainda é relevante ter muitos seguidores no Twitter?
Criado em 2006, o Twitter cresce consideravelmente a cada ano. Estimava-se ter cerca de 4,5 milhões de usuários em 2008 e fechou 2011 com a incrível marca de 465 milhões; o Brasil ocupou o segundo lugar dos países com maior quantidade de cadastros: 33,3 milhões. Foram 175 milhões de tweets por dia. Tweets estes que não serviram apenas para conversas triviais, piadas ou o dia a dia de alguma celebridade, também foram usados para mobilizações políticas, como a que houve na Moldávia (pequeno estado entre Romênia, Ucrânia e Rússia), no Egito e na Tunísia. Durante o histórico apagão de 2009, a rede do passarinho foi a responsável por transmitir as primeiras informações das regiões atingidas. No Japão, após o terremoto que vitimou mais de 10 mil pessoas, a população utilizou o microblog para buscar informações sobre as vítimas.
Muito adotado por celebridades, em 2011 a rede teve um crescimento extraordinário devido à entrada de um público diferente daquele que o dominou desde sua criação: os adolescentes. Seguindo seus famosos preferidos, os jovens se apropriaram dos Trending Topics com brincadeiras e mensagens para os ídolos, na ilusão de ter um contato mais pessoal com eles, já que muitas vezes tinham suas mensagens respondidas. Transformaram a ferramenta em uma plataforma de ação coletiva, na qual o acesso à informação não era o mais importante, mas sim a possibilidade de falar com quem mais admiram.
Na disputa por alcançar a maior quantidade de seguidores e tornar-se a pessoa e/ou marca mais influente no Twitter, surgiu o mercado negro virtual de seguidores, no qual por pouco mais de 2 mil dólares é possível conseguir 250 mil seguidores da noite para o dia como em um passe de mágica. No caso mais recente exposto, Mitt Romney, cadidato à presidência dos Estados Unidos, aumentou em mais de 100 mil seguidores em apenas um fim de semana de julho.
Essa “festa de seguidores” no Twitter é tamanha que uma agência de Londres desenvolveu o StatusPeople, um software capaz de identificar quantos seguidores são na verdade contas inativas ou bots (nome dado às contas que são usadas apenas para spam); a ferramenta revelou que de 70% dos pouco mais de 30 milhões de seguidores do perfil da cantora Lady Gaga (usuária com maior número de seguidores da rede social) são fakes e inativos; Justin Bieber, o segundo colocado, tem 60% de fakes; o jogador Kaká, perfil brasileiro com maior número de seguidores, marcou 80%; e Ivete Sangalo, a dona do segundo lugar no Brasil, possui 74% de perfis inativos e falsos entre seus seguidores.
Diante de toda essa manipulação de números, a quantidade de seguidores começa a ser questionada: será que o número de seguidores no Twitter ainda é relevante? Pensando nesse contexto, Evan Williams, co-fundador da rede, afirma que o que importa realmente é o número de usuários que visualizam a mensagem, priorizando retweets e percentual de cliques. Dessa maneira, passamos a considerar não o número de seguidores, mas o número de pessoas engajadas com a marca.
As redes socias, assim como os seres humanos que nelas estão, são vivas, e muitas vezes evoluem de forma completamente diferente do planejado. Sai na frente quem souber se adaptar melhor e mais rapidamente às mudanças e criar novas formas de encarar as ferramentas.
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