Políticos norte-americanos investem em mídias sociais de nicho

Mídias Sociais

Em ano eleitoral as cenas se repetem: muitos jingles, cavaletes, adesivos, bandeiras, broches e propaganda na TV. Porém, este cenário tende a mudar. Cada vez mais, políticos concentram esforços em mídias sociais de nicho para se aproximar de eleitores mais jovens.

É o que ocorre no panorama norte-americano: Barack Obama, mesmo que inelegível para um terceiro mandato, continua focando na natureza viral e democrática da web. O sucesso da eleição de seu primeiro mandato inspirou candidatos à presidência como Hillary Clinton e Donald Trump a também adotarem estratégias que englobem muito mais que a comunicação tradicional. Confira.

Hillary Clinton

A democrata desenvolve um dos exemplos mais marcantes de iniciativas em mídias sociais. Além do Facebook e Twitter, ela possui uma conta no Instagram, Pinterest, Snapchat e até no Spotify!

No Instagram, a candidata permite que algumas celebridades assumam sua conta temporariamente. Há alguns dias, a criadora de “Girls”, Lena Dunham, vem postando fotos usando roupas com as cores da bandeira dos Estados Unidos e discursos pró-Hillary. A atriz tornou-se uma espécie de “embaixadora de Hillary“, buscando solidificar seu apoio entre mulheres da geração milênio, nascidas entre 1980 e 2000. Katy Perry também já foi uma das celebridades a assumir temporariamente o Instagram de Hillary Clinton.

No Pinterest, a candidata aborda vários temas. Há fotos de mulheres fortes e inspiradoras, de marcos da sua história e até mesmo itens da linha de produtos com a identidade visual da sua campanha, que vão desde bottons a acessórios caninos.

Hillary possui pouco mais de 2 mil seguidores no Spotify, e sua playlist mais popular é seguida por 4.836 pessoas até o momento. As músicas são bem ecléticas e animadas, vão desde American Authors a Jennifer Lopez. De modo geral, as letras falam sobre motivação, luta pelos direitos humanos e força feminina.

 Donald Trump

O republicano Donald Trump possui mais de 5 milhões de seguidores no Twitter e coleciona diversas polêmicas nas redes sociais. Com tom provocador e cômico, tuíta desde ofensas ao atual presidente dos Estados Unidos a conselhos amorosos para o ator Robert Pattinson.

De acordo com Mindy Finn, responsável pela campanha do ex-presidente George W. Bush e do republicano Mitt Romney, quando candidato à presidência em 2012, o senso de humor é muito importante, pois o enfoque de “entretenimento” nas redes sociais torna a política menos chata para o público.

Ainda segundo a especialista, a descontração pode salvar os políticos dos “deslizes”, já que, ao humanizar um candidato, o povo está mais propenso a perdoar ou passar por cima de seus defeitos.

Barack Obama

Obama sempre soube do potencial das mídias sociais. Não é à toa que na campanha de 2008 ele contava com 16 canais sociais: Flickr, Twitter, LinkedIn, YouTube e MySpace eram apenas alguns deles. Obama tornou-se referência na política digital, mostrando que não basta estar em toda parte, é preciso entender a dinâmica de cada ambiente.

O atual presidente dos Estados Unidos não só engajou e motivou seus eleitores, como também desburocratizou o processo de doações ao colocar widgets nas redes sociais para que as pessoas não precisassem entrar em sites.

A ponte construída entre Obama e os internautas obteve um dos resultados mais impressionantes da internet: 87% de toda a arrecadação de sua campanha veio da web. Foram mais de 3 milhões de contribuições individuais, de acordo com a Comissão Eleitoral Federal norte-americana.

Com o cargo da presidência também vieram algumas imposições e perda de liberdade. A maioria visava segurança, mas também proteger e preservar sua imagem. Somente em 2015, reta final do segundo mandato, Obama obteve o aval para gerenciar perfis próprios. Até o momento, só existiam canais atualizados pelo grupo OFA – equipe de comunicação do governo americano.

No dia 18 de maio de 2015, Obama estreou no  Twitter “de verdade”, como o próprio político descreveu:

“Olá, Twitter! Aqui é o Barack. De verdade! Seis anos depois, eles finalmente me deram minha própria conta”, em seu primeiro tweet na rede social.

Já no Facebook sua nova página chama-se “President Obama” e possui pouco mais de 1 milhão e meio de curtidas. Além de promover um debate aberto com os internautas, o presidente publica notícias, vídeos e fotos descontraídas.

O democrata não parou por aí, no dia 13 de janeiro deste ano, antes do seu discurso, a Casa Branca anunciou a criação de um perfil no Snapchat, marcando o mais recente movimento de Barack Obama nas redes sociais. Os primeiros followers puderam conferir os bastidores do último discurso sobre o Estado da União. De acordo com o governo norte-americano, a ideia é “encontrar pessoas onde elas estão”, principalmente a geração mais jovem.

A administração tem priorizado divulgações através das redes sociais ao invés das plataformas tradicionais. A estratégia permite alcançar e dialogar melhor com o público, além de ser economicamente mais viável.

Como sabemos, as redes sociais estão mais do que consagradas como uma das melhores formas de conexão interpessoal. Milhares de marcas, personalidades públicas e organizações governamentais já enxergaram a capacidade expansiva que as mídias sociais podem alcançar.

Frank Underwood poderia resumir o parágrafo acima como:

“Vale sempre a pena repetir: vencedores constroem pontes. Perdedores, paredes.”

E a sua empresa, já está na internet?

P.S.: Barack Obama já declarou diversas vezes que é fã de “House of Cards” e gostaria que as coisas se resolvessem de forma tão simples como na ficção. E para quem está com saudades do político mais vil e ambicioso da TV, lembramos que a quarta temporada estreia na Netflix no dia 4 de março 🙂

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