Gmail anuncia que irá criptografar comunicação entre servidores
O Google anunciou nos últimos dias que irá criptografar todas as trocas de informação de um de seus principais produtos, o Gmail. Segundo o site techcrunch, desde a semana passada, todas as mensagens trocadas pelos usuários passaram a utilizar a criptografia, inclusive os dados trocados entre seus “Data Centers”. A criptografia é um meio de aprimorar a segurança de uma mensagem ou arquivo, que embaralhá o conteúdo de modo que só possa ser reorganizado por quem tem a chave.
A empresa explicou que essa medida foi tomada para impedir que a comunicação de seus usuários seja grampeada em qualquer momento do percurso, desde o remetente até chegar ao seu destinatário. A criptografia será usada, inclusive, nas comunicações entre os servidores dos gigantes de buscas. Além disso, protege os usuários que utilizam os serviços em qualquer meio, seja no computador ou através de mobile.
O protocolo HTTPS já estava disponível para os usuários desde 2010, mas de forma eletiva o usuário poderia ativá-la ou não nas configurações de seu e-mail. No entanto, a partir de agora, todos os usuários utilizarão a proteção obrigatoriamente.
As medidas foram noticiadas uma semana após o Presidente Barack Obama anunciar mudanças no método de monitoramento de dados da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos. O presidente informou que, a partir de agora, a responsabilidade sobre a coleta e armazenamento de dados será das companhias de telecomunicações, as quais deverão conservá-los por um período máximo de 18 meses, segundo a revista Exame. Obama afirmou, ainda, que o governo só terá acesso aos dados por decisão judicial.
Porém, o anúncio das medidas ainda não foi satisfatório para algumas empresas de tecnologia. O Facebook emitiu um comunicado, veiculado pela revista Exame, por meio do qual afirmou que “mesmo que o governo tenha dado passos úteis para a reforma de suas práticas de vigilância, estes simplesmente não são suficientes”.
Entenda mais sobre o caso de espionagem do NSA
O governo norte-americano passou a organizar o sistema de monitoramento de dados em massa de seus cidadãos depois dos atentados de 2001. A Agência de Segurança Nacional (NSA) e a Agência Central de Inteligência (CIA) passaram a organizar o monitoramento com o objetivo de identificar possíveis terroristas dentro do território dos Estados Unidos.
Porém, em 2013, o ex-técnico da NSA, Edward Joseph Snowden, divulgou documentos da agência em que afirmavam que o sistema de “vigilância” norte-americano estava monitorando não apenas os cidadãos locais, mas também governos do mundo todo. O Jornal O Globo divulgou, na época, trechos de telefonemas e e-mails em que se observava que o Brasil mostrava-se em destaque nos documentos, ficando ao lado de países como China, Rússia, Irã e Paquistão. As informações vazadas também evidenciavam que o sistema coordenado pelo NSA mantinha parceria com empresas americanas de Internet e propagava o malware Prism, que permitia à agência acesso a e-mail, conversas on-line e chamada de voz de clientes de empresas como Facebook, Google, Microsoft e Youtube.
Após a divulgação dessas informações, diversos governos pressionaram os Estados Unidos para encerrarem a operação imediatamente e passaram a cobrar e divulgar sistemas mais avançados de segurança de informação. O governo brasileiro chegou a incluir um termo ao Marco Civil, aprovado na semana passada, o qual exigia que as informações sobre os cidadãos brasileiros fossem arquivadas dentro do território nacional, mas voltou atrás.
Hoje, o ex-técnico do NSA, Snowden, está refugiado na Rússia e continua a divulgar informações sobre o sistema de monitoramente norte-americano.
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